A gagueira consiste em uma dificuldade do cérebro para sinalizar o término de um som ou uma sílaba e passar para o próximo. Desta forma, a pessoa consegue iniciar a palavra, mas fica presa em algum som ou sílaba (geralmente o primeiro) até que o cérebro consiga gerar o comando necessário para dar prosseguimento com o restante da palavra.
Além dos sinais externos, a gagueira também está associada com um grande sofrimento interno, porque a pessoa tem o que falar, sabe o que falar, mas não consegue. Desta forma, geralmente ocorre uma forte reação à gagueira, porque ela interfere na comunicação e nos desempenhos escolar e profissional.
Como a nossa sociedade vê a pessoa que gagueja?
As pessoas que gaguejam geralmente são percebidas como nervosas, tensas e desajustadas emocionalmente. Estes são grandes estereótipos em torno da gagueira e da pessoa que gagueja.
Hoje em dia, já sabemos que a gagueira é involuntária e inúmeras pesquisa afirmam que esse padrão de fala possui uma base orgânica (neurofisiológica). Dessa forma, as alterações emocionais seriam conseqüência de anos de má convivência com a gagueira e não propriamente a causa da gagueira. A sociedade, de forma geral, tende a adotar uma postura de riso e chacota diante da gagueira por não entendê-la e não saber de que outra maneira lidar com este distúrbio de fluência. A modificação das expressões utilizadas para se referir a pessoas que apresentam um determinado distúrbio é uma forma de se diminuir o estigma em torno do distúrbio. Nos últimos anos, estão sendo feitos diversos esforços para que se deixe de usar o termo gago e para que se comece a utilizar a expressão pessoa que gagueja.
Aqui vão algumas dicas da Campanha de 2020 sobre a empatia com a gagueira:
- Não peça para a pessoa que gagueja se acalmar, falar mais devagar ou respirar, pois a gagueira é involuntária;
- Respeite o tempo da pessoa que gagueja. Ela precisa um pouco mais de tempo do que as pessoas que não gaguejam.
- Não desvie o olhar enquanto a pessoa estiver gaguejando. A pessoa que gagueja precisa desse acolhimento da nossa parte;
- Não julgue a capacidade de ninguém pela gagueira;
- A pessoa que gagueja não precisa de ajuda para terminar de dizer o que deseja. Então não é necessário que você complete a frase ou o raciocínio por ela.
Uma frase importante das campanhas anteriores e que é sempre bom lembrar:
“A Gagueira não tem Graça, tem Tratamento”